Moraes discute operação no Rio com movimentos sociais

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, reuniu-se nesta quarta-feira com representantes de movimentos sociais para debater a megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes no dia 28 de outubro. O encontro, que começou às 10h e durou pouco mais de duas horas, contou com a presença da deputada Dani Monteiro, que representou a Comissão de Direitos Humanos da Alerj. Durante as discussões, abordaram-se as competências institucionais dos diferentes órgãos envolvidos e a preservação da investigação. A deputada relatou que os movimentos sociais solicitaram a garantia do funcionamento da polícia técnico-científica. Moraes comprometeu-se a assegurar que a Polícia Federal avaliaria o trabalho de perícia e autópsia dos corpos. A audiência ocorreu com a participação de entidades como o Conselho Nacional de Direitos Humanos, Redes da Maré e Conectas, todas atuando como amici curiae na ação sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental das Favelas. Essa ação delimita diretrizes para operações policiais em comunidades cariocas e deve ser garantida pelo relator. Moraes assumiu temporariamente essa relatoria após a aposentadoria de Luiz Roberto Barroso. De acordo com as normas do Supremo, ele permanecerá no cargo até a nomeação de um novo substituto. Outro destaque da reunião foi a preocupação dos movimentos sociais sobre o controle da atividade policial, afirmando que o Ministério Público Federal deveria exercer essa função. Em resposta, Moraes concordou em um primeiro momento e prometeu discutir a questão com a Procuradoria-Geral da República. A reunião ocorre um dia após a visita de Moraes ao Rio, onde se reuniu separadamente com o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes, exigindo esclarecimentos sobre a operação.